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Ideia escrita em um guardanapo na Austrália criou rede de R$ 65 milhões: a jornada de Thiago Weizenmann e o sucesso da Juistreet no Brasil

Thiago, no período em que morou na Austrália. Crédito: arquivo pessoal.

A história da Juistreet, a primeira franquia de juice bar do Brasil e atualmente referência nacional em healthy fast food, é um reflexo de como a paixão e a visão empreendedora podem transformar um mercado e espalhar uma cultura. O que começou como uma ideia despretensiosa, desenhada em um guardanapo na Austrália, se tornou um “movimento” que projeta um faturamento de R$ 65 milhões até o fim de 2025.

“Estalo” na Austrália e retorno com propósito

A semente desse negócio foi plantada em 2013 por Thiago Weizenmann, que retornou a Balneário Camboriú (SC) após uma década imerso no lifestyle saudável da Austrália. Foi lá, trabalhando como segurança, que ele teve a ideia de criar uma casa de sucos, anotando cálculos de faturamento e custos em guardanapos. Em algum deles, um copinho, desenhado em 2010, que ficou guardado em uma caixa debaixo da cama, se tornaria a identidade visual da rede anos depois.

Thiago, nos tempos em que trabalhou como segurança na Austrália. Crédito: arquivo pessoal.

Quando a saudade da família e a frase cravada em uma pedra na Indonésia — “happiness is only real when shared” (felicidade só é real quando compartilhada) — impulsionaram seu retorno ao Brasil. Thiago se dedicou a entender o negócio, chegando a trabalhar de graça em coffee shops e casas de suco na Austrália, focando em um retorno. A lenda da marca começou a ganhar forma com o apoio de seu pai, que é artista. Questionado sobre o nome do empreendimento, o pai, ao ver Thiago fazendo um suco sem água e sem açúcar, exclamou: “o suco que é um espetáculo”, que se tornou o slogan da marca, e a sugestão do nome, Juistreet, unia “juice” (suco) e “street” (rua).

Entrada no franchising com o apoio dos sócios

Thiago, Renato, Sharles e Higor: os quatro sócios da Juistreet na atualidade. Crédito: João Neto

A explosão do negócio e a alta demanda por franquias fizeram Thiago perceber que ele estava no ramo de “vender loja, não vender suco”. Com pedidos incessantes de como comprar uma unidade, ele chegou a criar a “lenda” do dono, apresentando-se de forma bem-humorada como “James” para despistar os interessados.

Em um momento de dúvida sobre expandir o negócio, Thiago foi aconselhado por sua mãe, que perguntou se ele estava preparado para ver “tudo que criou se espalhar pelo Brasil”. Decidido a não vender o negócio, ele convidou os irmãos Sharles e Higor Nezello para serem seus sócios. A união com os irmãos, que tinham experiência em gestão e fizeram o faturamento aumentar com pequenos ajustes, e a entrada de Renato Muniz, especialista em franchising com 16 anos de trajetória, consolidaram um modelo de negócio escalável.

Marca criada por Thiago mira R$ 480 milhões em faturamento até 2030. Crédito: João Neto.

Projeção de liderança em um mercado em ascensão

Desde que adotou o modelo de franquias em 2024, a Juistreet demonstrou um crescimento excepcional:

  • Comercializou 28 unidades no primeiro ano como franqueadora. A meta é abrir 300 novas unidades nos próximos três anos e expandir a presença para 11 estados brasileiros.
  • Além dos R$ 65 milhões em 2025, a marca mira R$ 212 milhões para 2027, com o objetivo de ultrapassar R$ 480 milhões até 2030.
  • Investimento inicial a partir de R$ 200 mil, com payback estimado em até 24 meses.

O sucesso da rede é impulsionado pelo setor de food service saudável, que cresceu 16% em 2024. O modelo de franquias da Juistreet atrai investidores ao oferecer produtos de alta performance, como sucos e smoothies sem adição de água ou açúcar, em ambientes com estética cosmopolita. A conexão com um lifestyle jovem e saudável se reforça por meio de parcerias estratégicas com marcas como Red Bull, GoPro e Caffeine Army.

Para Weizenmann, a trajetória da Juistreet é inseparável de sua própria jornada de persistência e amadurecimento. Ele enfatiza que a raiz da empresa foi forjada no esforço e na crença inabalável no negócio.

“Eu prefiro ter errado lá no começo e ter feito a loja toda ‘na mão’, porque isso criou uma raiz muito forte na empresa. Juistreet não é como os outros: essa energia enraizada ali do início, de ter feito a loja com a família, eu creio que no fundo, é o que nos permite colher esses frutos hoje. É o nosso DNA”, conclui.

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