O Projeto Fazenda Santa Catarina, da companhia, fechou parceria com o laboratório Sprout Labs da agtech 100% Livre para potencializar a produção de lúpulo brasileiro com tecnologia e inovação
Depois de frutas, verduras e até mesmo flores, chegou a vez de um ingrediente essencial na produção da cerveja ser plantado sem a necessidade de utilizar o solo: o lúpulo. A produção vertical do insumo no Brasil começará a ser experimentada em ambiente fechado e controlado em São Paulo por meio da técnica de hidroponia. Essa novidade só será possível porque o Projeto Fazenda Santa Catarina, da Ambev, e a agtech 100% Livre se uniram para fomentar e incentivar a cultura do lúpulo brasileiro.
Nos últimos anos, a 100% Livre, que tem a maior e mais produtiva fazenda vertical da América Latina, utilizou a técnica para produzir alimentos mais saudáveis, saborosos, livres de agrotóxicos e de maneira mais sustentável. A partir de agora, a agtech, com o apoio da Ambev, vai utilizar as tecnologias do seu laboratório Sprout Labs para criar possibilidades de cultivo e desenvolvimento de lúpulo em ambiente controlado.
“Com a nossa tecnologia e expertise, vamos agora aprofundar e estudar a viabilidade técnica e econômica, junto com a área de pesquisa e desenvolvimento da Ambev, para desenvolver o lúpulo nacional em ambiente controlado”, afirma Diego Gomes, CEO e sócio fundador da 100% Livre. No momento, a empresa testa quatro cultivares diferentes do insumo cervejeiro e já começa a obter respostas distintas do que foi visto no campo, como, por exemplo, uma variedade que não se adaptou bem ao Brasil, dando resultados bem positivos. “Se o propósito da parceria for alcançado, poderemos produzir toneladas de lúpulo indoor”, afirma.
Diferentemente do que acontece com as hortaliças na fazenda vertical da 100% Livre, o lúpulo não será cultivado em prateleira. A estratégia é fazer andares de cinco metros de altura para conseguir trabalhar verticalmente. Atualmente, o que está sendo feito são estudos de produtividade nesse formato, um modelo que ainda não é utilizado na produção de ingredientes cervejeiros.
“O lúpulo no Brasil ainda está no estágio inicial de desenvolvimento, de forma que toda a tecnologia aplicada e conhecimento obtido de outras culturas são muito bem-vindos. Poder participar dessa frente de hidroponia indoor em larga escala, sem dúvida, é algo disruptivo e vai nos trazer grandes aprendizados. É mais uma forma de fomentar a cadeia de lúpulo no país”, comemora Felipe Sommer, Coordenador do Projeto Fazenda Santa Catarina, da Ambev.
O cultivo em ambiente protegido possibilita a produção durante todo o ano, sem depender de fatores externos: desde a iluminação, água e temperatura, incluindo os nutrientes e produtos químicos que são controlados. Nesse processo, também é possível ter economia de água, já que o sistema hidropônico utilizado no ambiente requer apenas 5% da quantidade necessária na produção convencional, e reduzir a emissão de carbono lançado na atmosfera.
Projeto Fazenda Santa Catarina
De Lages para o Brasil: assim nasceu o Projeto Fazenda Santa Catarina, uma iniciativa encabeçada pela Ambev para fomentar e incentivar a cultura e produção de lúpulo, um dos quatro ingredientes essenciais da cerveja, em solo nacional. Desde 2020, a companhia vem desenvolvendo o projeto junto a agricultores locais, oferecendo um novo formato de geração de renda aos pequenos produtores da região, com fornecimento de toda a estrutura de maquinário, instrumentos, conhecimento técnico e acompanhamento de especialistas, além, é claro, da possibilidade de desenvolver uma nova cultura no Brasil. De lá para cá, o Projeto Fazenda Santa Catarina doou mais de 15 mil mudas de lúpulo, colheu 1,4 tonelada do insumo na safra de 2022, apoiou mais de 30 famílias da região com a iniciativa e já produziu cinco cervejas com lúpulo nacional.
A 100% Livre
A 100% Livre é uma empresa que utiliza a tecnologia de agricultura vertical e que nasceu do sonho do empresário Diego Gomes em fornecer alimentos mais saudáveis, mais saborosos, livres de agrotóxicos e de maneira mais sustentável. Após muita pesquisa em laboratório próprio, foi desenvolvido um sistema de produção mais curto, com várias safras ao ano, para diferentes espécies de hortaliças com alto valor agregado – desde alface e agrião, passando por manjericão e coentro até tomate e morango. As vendas de hortaliças estão centralizadas nas plataformas digitais da empresa, mas também são distribuídas em redes de supermercados e hortifrutis da capital São Paulo, onde estão localizadas nossas duas fazendas verticais com capacidade de produzir até 40 toneladas de alimentos por mês e nosso laboratório de pesquisas avançadas.